A tradição do direito de primogenitura é a entrega ao filho mais velho, aquele primeiro nascido, o domínio e o controle sobre a herança da família quando ocorrer a morte dos pais.
A Bíblia nos apresenta muitos textos mencionando a primogenitura. Entretanto, nada mais marcante do que o episódio de Esaú e Jacó. Gêmeos, filhos de Isaque, filho do grande e poderoso Abraão.
O texto bíblico de Gênesis 25 narra que Esaú era primogênito de Isaque e Rebeca, visto que na hora do parto Esaú nasceu primeiro que Jacó e portanto tinha em seu futuro a posse garantida de todos os bens pertencentes a seu pai. Mas, em um determinado dia voltava do trabalho no campo com tamanha fome que estava a ponto de morrer, quando viu que seu irmão, Jacó, fazia um guisado de lentilhas.
Ao pedir ao seu irmão para que lhe desse a comer do guisado teve uma condição imposta por ele. Jacó lhe daria seu guisado, se Esaú abrisse mão do seu direito de primogenitura. Tamanha era a fome de Esaú, que deixou-se levar por algo temporal e momentâneo que era o prazer de saborear instintivamente aquele alimento; assim, abriu mão de sua primogenitura, comeu do guisado e saciou sua fome.
Ao estar livre de sua fome quase mortal, Esaú percebeu o erro que cometera. Ele trocou algo eterno e duradouro, trocou seu futuro e sua herança eterna por algo passageiro e finito.
Mas, já não havia mais como voltar atrás, tamanha a seriedade que jurara a seu irmão que lhe daria a sua primogenitura.
“E Jacó deu pão a Esaú e o guisado de lentilhas; e ele comeu, e bebeu, e levantou-se, e saiu. Assim desprezou Esaú a sua primogenitura. (Gênesis 25.34)
Veja o risco que corremos a todo o tempo de nossas vidas. A todo o momento somos confrontados com ofertas de coisas passageiras e temporais, coisas de satisfação momentânea que tentam tirar de nós aquilo que é nosso direito: a herança da salvação eterna, como também de uma vida abundante e de paz, de uma vida em comunhão com o próprio Deus.
Quantas pessoas aceitaram a proposta de trocar sua vida religiosa e seus princípios cristãos que lhe asseguravam a vida e a felicidade verdadeira por coisas passageiras. Tais coisas se passaram, mas suas primogenituras, pureza, sonhos, esperança, fé, paz, família, felicidade... e tantas outras coisas, foram perdidas.
Pedro escreveu: “Sede sóbrios; vigiai; porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar;” (I Pedro 5. 8)
Devemos estar atentos onde estamos colocando os nossos pés, com quem estamos nos envolvendo e ainda mais, o que estamos aceitando como troca por nossas vidas. Pensemos e criteriosamente analisemos as alianças, que porventura estão nos propondo. Vigiar é orientação bíblica e proteção para que não choremos amargamente por uma escolha frustrada, deixando aquilo ou aqueles que realmente eram nosso verdadeiro patrimônio, por um simples prato de lentilhas ou quem sabe, trinta moedas de prata.
Gilberto Horácio
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