Vi algumas campanhas publicitárias do governo promovendo a consciência nos brasileiros sobre a doação de órgãos e refleti um pouco sobre o assunto.
Sabemos que morreremos um dia. Ninguém sabe o dia em que isto acontecerá. Pode ser hoje, como pode ser em boa velhice aos 100 anos de idade ou mais.
Obviamente que esperamos e acreditamos que nossa vida durará o suficiente para que envelheçamos e vivamos com saúde até os últimos dias de nossas vidas, como o ciclo natural dos seres viventes. Porém, é fato que estamos sujeitos a morrermos a qualquer momento. Já diz o ditado popular: “para morrer, basta estar vivo”.
E algo que sempre desafiou o homem ao longo de toda a vida, especialmente os grandes faraós do Egito é a tentativa e manter o corpo existindo após a morte, impedindo sua desintegração e o total desaparecimento da existência na Terra. Daí surgiram as múmias, especialmente de faraós egípcios, onde seus corpos eram preparados quimicamente com especiarias para que fosse impedido e dificultado o processo de decomposição.
Obviamente que não quero traçar qualquer paralelo de correspondência entre este fato e a doação de órgãos, mas a doação de órgãos é também uma forma de manter-se fisicamente vivo, mesmo após a morte. Doar órgãos é, na verdade, doar a vida, mesmo a após morte.
De um único doador, após comprovada a morte encefálica, pode-se retirar: 2 pulmões, 2 rins, coração, fígado e pâncreas, 2 córneas, 3 válvulas cardíacas, ossos, tendões, veias e pele. Mais recentemente descobri que até mãos completas já estão sendo transplantadas.
Para ser um doador a pessoa deve informar aos familiares sobre esta decisão, pois somente a família de um doador pode autorizar, de fato, a retirado dos órgãos após a comprovação da morte encefálica de alguém.
Não é necessário deixar nada por escrito. Porém, os familiares devem se comprometer a autorizar a doação por escrito após a morte.
Com a doação, é possível dar uma nova vida e um novo renascimento a dezenas de pessoas, como também produzir muitas outras vidas a longo prazo.
Imagine que alguém esteja à beira da morte e não tenha filhos. Se receber um órgão de um doador que acabara de falecer, e este alguém venha a ter filhos no futuro, estas crianças nascidas somente vieram ao mundo e mudaram a histórias de famílias inteiras devido ao gesto de amor de um doador e de seus familiares. É alguém produzindo vida mesmo quando já não a tem mais.
Se pensarmos que enquanto possivelmente estamos bem, existem milhares de pessoas em todo o mundo travando verdadeiras batalhas para continuarem vivos, com problemas sérios de saúde aguardando em uma fila de transplantes, nós nos decidiremos a sermos doadores.
Se pensarmos na realidade de que também, a qualquer momento, poderemos precisar de um órgão, nossa convicção de que todos devemos ter a atitude de doar aumentará e se confirmará.
Somente no Brasil a fila conta com mais de 60 mil brasileiros, aguardando por uma nova oportunidade de viver.
A doação de órgãos pode, sem sobras de dúvida, fazer com que um momento de tristeza, dor e separação que é a morte, se torne em sinônimo de vida, esperança e amor em outros seres-humanos que continuarão vivos carregando um “pedaço de nós”.
Outras informações podem ser obtidas no site da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos - http://www.abto.org.br/ ou ainda no site do Mistério da Saúde -http://portal.saude.gov.br/saude/area.cfm?id_area=410 .
Gilberto Horácio
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