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– Seu relacionamento com os demais membros
– Quanto, em dinheiro, entregarei na igreja?
– Quando o sofrimento bate à porta de um evangélico
– Entendendo por que nem todos são curados
– Evangélicos divorciados
– Ouvindo músicas não evangélicas
– Bebida alcoólica no copo de um crente?
– Nem todos falam línguas estranhas?!
– Evangélicos certos de vidas erradas
– Igreja pequena ou igreja grande?
– Excluindo membros - um mal necessário?
– Amigos e relacionamentos apenas com evangélicos?
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domingo, 3 de agosto de 2008

Navegar é preciso, viver é fundamental


Neste domingo ao pensar qual seria esta primeira postagem no mês de agosto, abri, em meu quarto, aleatoriamente, o livro “Poemas Escolhidos” de Fernando Pessoa, na pág. 140. Interessante o que Fernando escreveu, veja:

Navegadores antigos tinham uma frase gloriosa:
“Navegar é preciso; viver não é preciso”.
Quero para mim o espírito [d]esta frase,
Transformada a forma para a casar com o que eu sou:
Viver não é necessário, o que é necessário é criar.
Não conto gozar a minha vida, nem em gozá-la penso.
Só quero torná-la grande,
Ainda que para isso tenha que ser o meu corpo e a (minha alma) a lenha desse fogo.
Só quero torná-la de toda a humanidade;
Ainda que para isso tenha de a perder como minha.
Cada vez mais assim penso.
Cada vez mais ponho da essência anímica do meu sangue
O propósito impessoal de engrandecer a pátria e contribuir
Para a evolução da humanidade.
É a forma que em mim tomou o misticismo de nossa raça.
Fernando Pessoa

Ao ler o texto pude refletir e tentar imaginar o que passava na mente do autor enquanto escrevia e a que conclusões ele chegou sobre esta reflexão. Parece-me, que ele não apenas concordou com a frase dos navegadores antigos, mas a assumiu como a frase que se adequou exatamente à forma de pensar sua vida.
Discordar dos navegadores e também de Fernando Pessoa é um direito de expressão que tenho e definirei também em uma frase o que considero sobre minha vida: “Navegar é preciso; viver é fundamental”.
Sim, na última terça feira ouvi a história do Pr. Paulo César Brito, médico cirurgião há muitos anos do Hospital de Bonsucesso e fundador da Igreja Maranata, que nos narrou a história do acontecimento que mudou sua vida, quando seu amigo, médico anestesista, que trabalhou com ele durante dez meses suicidou-se. Ele nos contou que seu amigo nunca havia demonstrado qualquer sinal de que era um homem que estava à beira de um suicídio. Era um homem muito bem casado, muito bem sucedido financeiramente e um dos melhores profissionais daquele hospital.
Talvez este homem também tenha acreditado que apenas navegar era preciso, e que viver não era preciso.
Hoje, as pessoas têm cometido os mesmos erros. Para muitos, sua formação acadêmica, sua ascensão profissional, o objetivo de conquistar o material, o dinheiro, o, em muitos casos, o “inútil” reconhecimento tornam-se obsessões de tão grande intensidade que as pessoas só pensam em “navegar” quando o mais importante é apenas e simplesmente viver. Este homem que se suicidou tinha tudo, mas não sabia o que fazer com sua própria vida. E neste caso, ele a tirou, com suas próprias mãos.
Navegar, apenas, não é preciso; é preciso saber onde se quer chegar após a navegação. Contribuir para a humanidade, sim, deve ser um impulso ao trabalho e ao desenvolvimento intelectual, mas não deve e não é a razão de nossa existência. Não é a razão de nossa raça. Nós vivemos a dádiva da vida para simplesmente vivê-la. Reporto-me ao texto da Bíblia sagrada, escrito pelo apóstolo Paulo em I Coríntios capítulo 13, versículo 2 que diz: “E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios(chamado por Fernando Pessoa de misticismo) e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria.”
É isso aí. Navegar é preciso, mas viver é fundamental, e viver é amar.

Gilberto Horácio

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